A Evolução da Iluminação
#àconversacom Manuel Vidigal / Aronlight
O setor da iluminação está em constante evolução, impulsionado por inovações tecnológicas e uma crescente consciência ambiental. A Aronlight, marca de iluminação que desenvolve produtos de raiz em diversos setores, tem sido uma empresa relevante nesta caminhada. À frente desta empresa está Manuel Vidigal, cuja liderança tem guiado a Aronlight na sua expansão notável para mercados internacionais e no desenvolvimento de soluções de iluminação eficientes e ambientalmente responsáveis.
Neste #àconversacom, o convidado partilha a sua experiência, oferecendo uma visão aprofundada sobre os desafios e oportunidades que moldam o futuro do setor de iluminação. Venha descobrir mais sobre este setor.
Porquê a iluminação, o que o atraiu?
Os negócios da minha família sempre estiveram ligados à tecnologia para edifícios e construção – mais especificamente desenvolvimento de sistemas elétricos de segurança e anteriormente produção de antenas parabólicas. Começámos a trabalhar com algumas marcas de iluminação e não estávamos satisfeitos com as soluções disponíveis. Tendo em conta a oportunidade da transição da iluminação convencional para a iluminação LED, decidimos criar a nossa própria marca.
E como tem evoluído a iluminação nos últimos anos?
Em primeiro lugar, a implementação da tecnologia LED foi extremamente inovadora, e desde aí a iluminação tem continuado a evoluir bastante. Quando a Aronlight iniciou atividade em 2016, a iluminação LED já permitia uma poupança de 70% em relação à iluminação incandescente. Atualmente, já é possível sensivelmente o dobro da poupança.
É uma área que está com um desenvolvimento enorme, permitindo uma maior poupança em termos energéticos. Em 2016 a iluminação representava cerca de 20% do consumo energético mundial, é expectável que em 2025 este impacto baixe para 9%, o que tem um impacto grande a nível mundial.
Ao mesmo tempo, os avanços tecnológicos e a conectividade vieram trazer outro nível de evolução à indústria, transformando a iluminação de um produto para uma tecnologia. Anteriormente, as lâmpadas e sistemas de iluminação eram independentes, agora todos os sistemas de iluminação podem estar conectados.
Os produtos da Aronlight estão preparados para adaptar a iluminação durante o correr de um dia, mudando a cor, mudando a potência, mudando tudo aquilo que são aspetos técnicos de iluminação durante o dia para que uma pessoa se possa sentir melhor, tanto em casa como no trabalho ou na rua. O que está por trás são programas com cenários definidos de acordo com as preferências do utilizador – que, inclusive, estão conectados a uma smarthome ou algum sistema central. Depois, existem diversas plataformas de controlo. Pode estar por cenários, pode ser individual, pode ter uma mudança por dia, etc.
Mais recentemente, que tipo de inovações é que a Aronlight tem explorado?
Focamo-nos em inovar ao nível da eficiência, procurando que o consumidor gaste cada vez menos energia, e ao nível do controlo, porque o controlo permite não só esta poupança, como permite adaptar a iluminação às preferências do consumidor final.
De que maneira é que a sustentabilidade é considerada no desenvolvimento dos vossos produtos e soluções?
Consideramos que a iluminação pode trazer uma melhoria na saúde das populações, e recentemente começamos a adaptar os sistemas de iluminação de acordo com os nossos ritmos circadianos – ritmos e padrões de atividade diários, influenciados principalmente pela variação diária nas condições de luz e temperatura. Falando da iluminação, onde podemos impactar. A luz natural do Sol vai mudando de cor ao longo do dia, tendo ao nascer do sol uma luz muito quente, depois até ao meio-dia vai ficando cada vez mais claro porque a luz branca está associada à atividade, ou seja, o nosso corpo está a produzir, está ativo, está a trabalhar. E desde o meio-dia até ao pôr do sol vai voltando a aproximar-se cada vez mais de um tom quente, e à medida que se vai aproximando dessa cor até que não haja luz, estamos a dizer ao nosso corpo que é altura de parar, descansar e começar a preparar o próximo dia.
Portanto, é possível atualmente adaptar a luz tanto em casa como nos escritórios aos nossos ritmos circadianos. Define-se as cores ideais nos nossos sistemas tecnológicos de controlo, e adaptamos toda a iluminação dependendo daquilo que se está a fazer em cada momento, para melhorar o bem-estar de cada pessoa, seja no escritório, seja na sua casa, ou mesmo em iluminação pública.
Existe também um tema que eu considero importante e se vai falar cada vez mais, que é o índice de reparabilidade – tema mais premente em instalações maiores, como iluminação pública, indústrias ou centros comerciais. Trabalhamos para desenvolver de raiz sistemas e luminárias que, caso tenham algum tipo de problema técnico, possam ter uma taxa elevada de reparabilidade, e só haja necessidade de substituir algumas partes. Hoje em dia, as nossas luminárias duram cada vez mais, têm várias aberturas e vários sistemas que permitem a troca de componentes para que possa ser reparado e não tenha que se trocar a luminária total. Esta forma de estar permite obter uma maior longevidade do produto e um menor desperdício.
O design também desempenha um papel importante no desenvolvimento?
Claro, não só para se conseguir juntar todos os temas mencionados num produto final, mas é importante que essas soluções estejam também em linha com as tendências de design. A iluminação não é exceção às variações nas preferências dos consumidores. Há alturas em que os consumidores preferem um design mais moderno ou mais arrojado, há outras fases em que querem ir ao mais clássico. E nós claro tomamos isso em consideração no desenvolvimento dos nossos produtos.
De que forma é que vocês trabalham em conjunto com os empreiteiros para garantir a correta implementação do vosso produto nos projetos?
Quando é implementação de um sistema de iluminação simples, ligar e desligar, à partida não é necessária grande ajuda na implementação, porque à partida as empresas têm equipas próprias com essa capacidade.
Quando se fala em controlo e em sistemas mais avançados, aí geralmente nós vamos às obras e ajudamos as empresas com a sua implementação, porque como são sistemas novos, ainda há pouco conhecimento na implementação destes sistemas.
Já trabalharam com a Beelt em alguns projetos recentes. Que aspetos considera importantes para o nosso sucesso?
A Beelt é uma empresa, em termos de visão, muito semelhante à Aronlight – uma empresa jovem, dinâmica, que traz uma nova dinâmica a um mercado antiquado, seja em termos de pessoas, seja em termos de equipas, seja marketing, o que se traduz num melhor produto final.
Esse “ar fresco” suscita curiosidade e o mercado quer ver o que este tipo de empresa tem para oferecer. Como as soluções tendem a ser melhores que empresas mais “antiquadas”, este tipo de empresas acabam por ter uma aceitação boa no mercado, que geralmente se traduz num crescimento acelerado.
Olhando para a frente, como é que imagina o futuro da iluminação nos próximos anos?
O mercado vai tender cada vez mais para a poupança energética. Todos os anos a tecnologia LED vai-se desenvolver cada vez mais. Para obter a mesma luminosidade, uma lâmpada normal poderia consumir cerca de 100 watts, quando a Aronlight começou poderia consumir 10 watts, hoje são 5 watts, e daqui a 5 anos prevemos gastar 1 ou meio watt. Ou seja, a poupança energética vai ser enorme, juntamente com a sustentabilidade e o controlo, dois temas importantes anteriormente abordados.
A iluminação pública vai ter um papel muito importante nesta evolução, através de sistemas de controlo por exemplo, sensores, que vão definir o nível de luz nas ruas consoante o número de pessoas, nunca baixando de um determinado patamar pois a iluminação pública tem também um papel importante na segurança das cidades.
Portanto o caminho da iluminação dos próximos 5 – 10 anos vai ser definitivamente em LED, cada vez mais eficiente, cada vez mais conectado, e cada vez mais sustentável.