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O Impacto da Arquitetura na qualidade de vida e no meio ambiente

#Àconversacom Vasco Pinheiro / Santos Pinheiro Arquitetos Associados

Com sede em Lisboa e mais de 40 anos de atividade, o atelier Santos Pinheiro Arquitetos Associados desenvolve projetos de arquitetura, abrangendo todas as fases de projeto, desde os estudos preliminares até o acompanhamento em fase de obra. Com uma variedade de projetos em curso, desde reabilitações de edifícios históricos até construções de edifícios residenciais, de interesse turístico e projetos industriais, o atelier procura oferecer soluções personalizadas e cultivar a proximidade com os clientes. Foi com um dos seus sócios, o Arq. Vasco Pinheiro, que estivemos #àconversacom para conhecer mais sobre o papel da arquitetura num projeto, os maiores constrangimentos à profissão, os pontos críticos para uma relação de sucesso entre o projetista e empreiteiro, a caracterização do trabalho da Beelt e os temas que considera mais relevantes nos próximos anos tanto da arquitetura como da construção.

 

Começando pelo princípio, porque é tão importante o papel da arquitetura num projeto?

O projeto de arquitetura é, por natureza e por definição, um processo completo. A arquitetura desempenha um papel fundamental, sendo responsável por conceber e planear os espaços, considerando tanto aspetos funcionais quanto estéticos. Nesse sentido, o arquiteto tem o papel de criar soluções criativas e inovadoras, levando em conta as necessidades e desejos dos clientes, bem como as restrições e características do local. Não acreditamos que os projetos se possam todos repetir em qualquer sítio. Talvez do ponto de vista tipológico a solução possa ser semelhante, mas a forma como se resolve naquele lugar é uma forma única. Acresce o aspeto económico e a necessidade de adequar os custos às expectativas, sendo que alguém paga a fatura no final da obra. Nessa medida, a execução de um projeto bem feito assegura a viabilidade económica na fase de construção salvaguardando o promotor. Do ponto de vista da sustentabilidade, há cada vez mais a necessidade de promovermos soluções energéticas sustentáveis e compatíveis com o quadro social vigente.

Através do projeto, que é um processo propositivo, de pesquisa, de reflexão e de experimentação permite-se que a arquitetura tenha, também, a capacidade de poder transformar o ambiente e influenciar a experiência das pessoas que utilizam os espaços, não contribuindo apenas para a criação de edifícios e estruturas, mas também para a melhoria da qualidade de vida das pessoas e para a construção de espaços que promovam o bem-estar e necessária harmonia com o meio envolvente.

Como descreve a abordagem do atelier Santos Pinheiro Arquitetos Associados?

A abordagem do nosso atelier é centrada no diálogo e na colaboração. Valorizamos a compreensão das necessidades e aspirações dos nossos clientes – que muitas vezes são sonhos de uma vida, procurando traduzi-las em projetos de arquitetura que atendam às suas expectativas. Acreditamos na importância de ouvir atentamente e envolver os clientes em todas as etapas do processo, desde a conceção inicial até a execução da obra. Além disso, procuramos desenvolver uma abordagem sustentável, considerando o impacto ambiental e a eficiência energética nos nossos projetos. Priorizamos a procura por soluções criativas e inovadoras, adaptadas às características do local e às necessidades específicas de cada programa e de cada desafio. A nossa abordagem valoriza a excelência técnica e a atenção aos detalhes, sempre com o objetivo de entregar projetos de elevada qualidade.

Quais considera serem os maiores constrangimentos atuais à profissão?

Vivemos num mundo cada vez mais cheio de regras, e, no caso português, creio que temos regulamentação em excesso. Isto talvez se prenda com algum excesso de zelo. Mas em muitos casos a regulamentação é de tal forma extensa e complexa que se sobrepõe uma à outra e cria conflitos, incongruências, tornando os projetos inconsequentes e, às vezes, inexequíveis. Estamos dominados por alguma intransigência e existe dificuldade em compreender que a arquitetura não é, nem pode ser, uma “ciência exata”. Faz-se uso das regras em exagero, sem atender a uma flexibilidade que é necessária. Depois, temos o problema da disparidade entre entidades na forma como as regras são interpretadas, seja pelos procedimentos adotados, formatos ou timings de análise. As plataformas online não estão parametrizadas de forma sistematizada, sendo que cada organismo/município tem o seu formato. Entregar um projeto na Câmara Municipal de Lisboa é completamente diferente de entregar um projeto semelhante na Câmara Municipal da Amadora. Não faz sentido. A lei que determina o que é um projeto e como este se formaliza é uma só, contudo as entidades que os recebem, que o apreciam e que o aprovam, sujeitam-nos à sua submissão em plataformas online, todas elas diferentes umas das outras. Estes entraves e os longos tempos de espera que os projetos passam nas Câmaras Municipais, na fase de licenciamento, acabam por fazer acrescer enormes custos a quem investe, adiando muitas vezes decisões de investimento.

Quais os pontos críticos para uma relação de sucesso entre o atelier e o empreiteiro?

Um dos pontos mais importantes é a comunicação. A falta de comunicação clara e eficiente pode levar a mal-entendidos, erros na interpretação do projeto e atrasos na execução da obra. É essencial estabelecer canais de comunicação abertos e garantir que ambas as partes estejam alinhadas em relação aos objetivos, requisitos e prazos.

Outro ponto crítico é a coordenação entre o atelier e o empreiteiro. O trabalho conjunto e a coordenação de esforços são fundamentais para garantir a harmonia entre o projeto de arquitetura e a execução da obra. Problemas de coordenação podem surgir quando há falta de clareza nas especificações do projeto, divergências na interpretação dos desenhos ou falta de acompanhamento durante a fase de construção. É necessário um esforço conjunto para garantir que todas as etapas do projeto sejam executadas de acordo com as diretrizes estabelecidas. Nós muitas vezes conseguimos trabalhar com o empreiteiro na fase de projeto que nos aconselha as melhores soluções; evitam-se problemas futuros, promovem-se melhores soluções, poupa-se dinheiro e consegue-se rapidez.

Por fim, a confiança e o respeito mútuo são elementos-chave na relação entre o atelier e o empreiteiro. É essencial construir uma parceria sólida baseada na confiança, transparência e respeito pelo trabalho das partes envolvidas. Isso permite enfrentar os desafios que possam surgir ao longo do processo de forma colaborativa abrindo-se assim a porta a encontrar soluções conjuntas.

Tendo já trabalhado em diversos projetos com a Beelt, como caracteriza o nosso trabalho?

A Beelt é uma empresa que demonstra um profissionalismo exemplar na forma como realiza a suas atividades. Ao longo dos mais de 10 anos de relação profissional, nunca tive qualquer indício de que algo tenha corrido menos bem. Além disso, a Beelt tem evoluído positivamente, ganhando estrutura e solidez. Isso mostra que a empresa está proativa e procura estabelecer uma relação de proximidade com seus parceiros, além de projetar um futuro promissor. Tenho plena confiança em todas as atividades realizadas pela Beelt. A equipa tem crescido tanto em dimensão como em expertise, executando obras em diferentes zonas do país, mas mantendo-se profissional e fiável, o que é fundamental.

Olhando para o futuro, quais considera serem os temas mais relevantes nos próximos anos, tanto da arquitetura como da construção?

Nos próximos anos, tanto na arquitetura como na construção, um dos temas mais relevantes é a sustentabilidade. A preocupação com o meio ambiente e a procura por soluções mais sustentáveis têm estado cada vez mais presentes, sendo fundamentais e existindo uma obrigação de as promover.

Considero que a sustentabilidade começa por atender à necessidade de não despender recursos que possam pôr em défice as gerações vindouras, à necessidade de introduzir o processo da reciclagem no processo construtivo, em atender ao impacto que a construção tem, ou não deve ter, no território e em procurar utilizar soluções energéticas que dependam de fontes reutilizáveis capazes de se autorregenerarem, como o sol, o vento e a água.

Nem todos os clientes procuram este tipo de soluções, mas creio que é nosso dever apresentar e dar a conhecer as opções disponíveis e ter alguma função pedagógica junto dos mesmos.

Dentro do meio urbano, já evoluímos muito neste processo (painéis fotovoltaicos, bombas de calor, caixilharias com corte térmico, sistemas de alvenaria e de isolamento de alto desempenho, etc.). Na reabilitação, por vezes, é mais fácil inovar, sendo que a própria reabilitação, quando bem feita, é, por si só, sustentável por ter em si uma “reutilização” daquilo que já existia. Também em projetos em contexto rural ou de ecológico sensível, é mais fácil levar a cabo soluções mais sustentáveis, pela imposição legal de garantir a minimização da pegada ecológica e em algumas circunstâncias, capacidade de reversibilidade.

Passo a passo, vão-se criando soluções inovadoras e mais eficientes, que nos vão permitindo projetar soluções cada vez mais sustentáveis. Vivemos num mundo em constante transformação, onde a arquitetura e a construção desempenham um papel fundamental não apenas como responsáveis por construir espaços, mas sim como agentes ativos na adaptação das pessoas às novas necessidades realidades impostas pela evolução da sociedade.

Devemos estar sempre disponíveis para evoluir ao mesmo tempo que construímos o futuro juntamente com os nossos clientes e parceiros.

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