Pré-fabricação: Precisão e eficiência
A pré-fabricação na construção civil refere-se ao processo de fabricação de componentes de construção, como paredes, lajes, vigas, pilares e elementos estruturais, offsite – em fábrica ou em ambiente controlado – antes de serem transportados e montados no local de obra. Os componentes são fabricados com base em projetos detalhados e precisos, para que depois encaixem na perfeição em obra.
Porque é que se fala tanto? Quais as vantagens a nível de eficiência e sustentabilidade para as empresas e para a sociedade em geral?
- Eficiência de tempo: A pré-fabricação permite a execução simultânea de atividades em diferentes fases da construção. Enquanto as partes/componentes são fabricados offsite, as fundações e a infraestrutura no local da construção podem ser preparadas, reduzindo significativamente o tempo total necessário para concluir o projeto.
- Qualidade controlada: A fabricação em ambiente controlado permite um maior controlo de qualidade. A pré-fabricação pressupõe que sejam seguidos padrões mais rigorosos, garantindo maior precisão e consistência.
- Redução de desperdício: Em fábrica, é possivel um melhor planeamento e otimização na utilização dos materiais, conseguindo-se um fabrico “por medida”, reduzindo a necessidade de cortes no local de obra e minimizando o desperdício dos materiais.
- Menor impacto no local da construção: A produção em fábrica reduz o nível de ruído, poeira e poluição sonora no local da construção, tema especialmente relevante em áreas urbanas densamente povoadas.
- Maior segurança: A pré-fabricação permite que certos processos perigosos sejam realizados em ambiente controlado e seguro, diminuindo a exposição dos colaboradores a riscos associados à construção em obra, como quedas de altura e acidentes relacionados com equipamentos pesados.
- Mais facilidade na contração: A pré-fabricação oferece várias vantagens em termos de contração e gestão de recursos humanos, incluindo melhores condições de trabalho – local centralizado, ambiente mais seguro e horários mais regulares, aumentos da eficiência e produtividade, e atração de novos talentos que estejam interessadas em trabalhar com tecnologias e práticas mais sustentáveis.
Na verdade, a pré-fabricação e ainda é algo curto em Portugal, por diversas razões. Desde logo, é preciso investir na construção destes espaços ou fábricas. Não só é um investimento elevado, que a maioria das construtoras não consegue realizar, como requer que haja uma produção mínima em quantidade que rentabilize o investimento. À partida, limita-se em poucas empresas que conseguem garantir uma rotação dessa dimensão. É um problema de escala, que não se verifica em países como os Estados Unidos.
Acresce o facto de, em Portugal, ainda estarmos presos a formas de construir mais tradicionais, seja por dificuldade em aceitar inovações – pelo cliente final ou pelo atelier, ou porque há ainda a perceção de ser mais caro o investimento inicial.
A nível internacional vemos já vários exemplos deste modelo, e espera-se um contínuo crescimento e evolução neste sentido. Em benefício de todos!
A discussão sobre pré-fabricação não é apenas uma questão técnica limitada ao setor de construção civil, mas é também uma conversa vital para o desenvolvimento sustentável e eficiente da sociedade em geral. Ao adotar práticas de construção mais avançadas e conscientes, podemos contribuir significativamente para a preservação do meio ambiente, melhorar a eficiência económica e elevar a qualidade de vida de todos.
Na Beelt, estamos atentos a estas tendências e empenhados em estar na vanguarda das inovações do setor. O nosso compromisso vai além da adoção de tecnologias existentes; estamos numa jornada contínua de aprendizagem e inovação, visando não só acompanhar, mas liderar as mudanças no setor de construção. Convidamos a ler a visão da Beelt, através da mensagem do partner Miguel Batista, publicado aqui.